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Rede Mondó começa projeto de tratamento de água nas escolas de Breves com o objetivo de melhorar o desempenho escolar

Diário de Bordo 31/05/2024

Em mais uma das ações voltadas a assegurar que as escolas de Breves (PA) se transformem em plataformas de soluções para os desafios da comunidade, a dimensão de Saúde, Moradia, Água e Energia (MEA) da Rede Mondó começou neste mês de maio a desenvolver um projeto de tratamento da água que abastece as escolas municipais.

O trabalho está em uma fase piloto, para a qual foram selecionadas dez escolas das regiões urbana e rural. Com a iniciativa, o objetivo é promover melhorias na saúde dos estudantes que vão desde a redução de doenças transmitidas pela água até o desempenho em sala de aula.

“Em Breves, 99% das casas não têm saneamento adequado. Há relação direta entre o acesso à água potável e o desempenho escolar, pois é comum os estudantes perderem aulas devido a doenças como viroses, parasitoses e infecções intestinais”, esclarece Francine Zanetti, coordenadora do Núcleo de Saúde e MEA da Rede Mondó.

“Esses são problemas de saúde apresentados com frequência por quem vive em localidades onde não há tratamento adequado de água”, completa.

Embora promissora, a instalação dos filtros (com capacidade entre cinco e dez metros cúbicos por dia) exige a superação de desafios logísticos e financeiros. Conforme explica Huan Tupinambá, engenheiro ambiental e sanitarista que atua no projeto, a logística complexa e o difícil acesso à região são os principais obstáculos para a implementação do projeto.

“Breves está localizada na ilha do Marajó, uma região de difícil acesso, o que pode dificultar o transporte de materiais e a chegada dos técnicos”, explica Huan. Ainda segundo ele, algumas escolas apresentam limitações na infraestrutura por não terem locais adequados para instalar e armazenar os filtros. Em outras, como não há eletricidade, será necessário instalar placas de energia solar para garantir o funcionamento dos filtros.

DESAFIOS NA IMPLANTAÇÃO

Essas são características que, de acordo com o engenheiro, tornam o processo ainda mais desafiador do ponto de vista financeiro. As necessidades específicas da localidade também elevam os custos do projeto, o que tem levado a Rede Mondó a buscar parcerias e doações para ajudar no financiamento e no suporte técnico contínuo.

Segundo Huan, foi necessário escolher equipamentos com alta durabilidade e facilidade de manutenção para garantir que os filtros possam ser mantidos com os recursos disponíveis localmente. “Realizamos uma análise das necessidades locais, identificando os contaminantes específicos presentes na água de Breves. Assim, escolhemos filtros que oferecessem alta qualidade e eficiência na remoção desses contaminantes, equilibrando custo e eficácia”, detalha o engenheiro.

Para assegurar a eficácia do projeto, a Rede Mondó fará o monitoramento da qualidade da água mediante a realização de análises físico-químicas. Esse procedimento será realizado antes e depois da instalação dos filtros, e a cada seis meses.

As amostras de água coletadas serão analisadas com base em parâmetros físico-químicos e microbiológicos tidos como essenciais. Entre os físico-químicos, serão realizadas análises de caracterização da água, de metais pesados, nutrientes presentes no esgoto doméstico, entre outros. No aspecto microbiológico, coliformes totais e Escherichia coli serão analisados.

No total, mais de 100 parâmetros serão analisados. “Eles foram escolhidos porque são críticos para determinar a potabilidade da água e garantir que ela seja segura para consumo”, afirma Huan.

BENEFÍCIOS PARA A SAÚDE

Os benefícios da implantação dos filtros são significativos tanto a curto quanto a longo prazo. No curto prazo, espera-se uma redução imediata nas doenças transmitidas pela água, como viroses, parasitores, diarreia e infecções gastrointestinais, resultando em menos faltas escolares e melhor desempenho acadêmico.

“O acesso à água limpa também promove melhor hidratação, crucial para a concentração e o bem-estar geral dos estudantes”, destaca o engenheiro. A longo prazo, há uma melhoria contínua na saúde da comunidade escolar e um melhor desenvolvimento cognitivo e físico das crianças.

A conscientização sobre a importância da água limpa também contribui para práticas sustentáveis e um maior cuidado com o meio ambiente. “Uma comunidade saudável significa menos pressão sobre os serviços de saúde locais e uma melhor qualidade de vida geral”, completa Huan.

PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE ESCOLAR

O sucesso do projeto dependerá, também, da participação direta da comunidade escolar. A Rede Mondó fará palestras e treinamentos com o objetivo de educar estudantes, professores, gestores e demais funcionários sobre o funcionamento do sistema de tratamento e o porquê da importância de consumir água de qualidade.

“É imprescindível levar essa conscientização, fazer esse trabalho de orientação sobre quais as consequências da falta de um tratamento adequado na água e quais as doenças que isso pode ocasionar, sobretudo como eles afetam o cotidiano da população”, reforça Francine.

A comunidade escolar também será incentivada a monitorar o sistema diariamente e fornecer um feedback regular. Essas informações subsidiarão melhorias contínuas. “Queremos que todos se sintam parte dessa iniciativa, entendam os benefícios e percebam as mudanças. Isso será fundamental para o sucesso do projeto e ampliação dele”, frisa a coordenadora.

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