Atualmente um dos principais programas do Instituto Mondó, o Rede+ (lê-se “rede mais”), desenvolvido em parceria com a Vale, faz parte da meta ambiciosa da companhia de apoiar 500 mil pessoas a saírem da pobreza extrema até 2030.
No município de Breves, no Marajó (PA), o Rede+ acompanha 350 famílias por meio de estratégias nas áreas de Educação, Renda, Saúde, Nutrição e Infraestrutura, ao longo de 32 meses. Para medir o impacto dessas ações, o Instituto Mondó utiliza 12 indicadores que compõem o Índice de Pobreza Multidimensional (IPM).
Mas, afinal de contas, o que é o IPM? O IPM mede a pobreza de forma ampla, considerando não apenas a renda, mas também aspectos como educação, saúde e condições de vida. Desenvolvido pela ONU em parceria com a Universidade de Oxford, ele revela como a pobreza afeta as pessoas em várias dimensões, como moradia e acesso à água potável, permitindo a criação de políticas que atacam as causas estruturais da pobreza.
No Rede+, o IPM foi adaptado para considerar aspectos locais do Marajó, como acesso a serviços básicos e meio ambiente, permitindo resultados mais precisos e comparáveis com outras regiões de atuação.
O uso do IPM no programa Rede+ tem como objetivo oferecer um panorama abrangente da realidade socioeconômica das famílias e facilitar a definição de estratégias de intervenção específicas.
Entre aqueles 12 indicadores do IPM utilizados pelo Instituto Mondó está, por exemplo, o número de crianças fora da escola. A equipe do programa Rede+, então, realiza o rastreamento dessas crianças por meio de uma busca ativa e oferece acompanhamento às famílias. Essa iniciativa não apenas reduz a deficiência educacional, mas também contribui para um futuro mais promissor para as crianças e suas comunidades.
IPM mede a pobreza de forma ampla; para o Rede+, o Instituto Mondó adaptou 12 indicadores à realidade do Arquipélago do Marajó (PA) | Foto: Instituto Mondó/Arquivo
Outro indicador é a atualização do Cadastro Único (CadÚnico), essencial para que as famílias tenham acesso a benefícios sociais e se enquadrem em programas governamentais, como o Bolsa Família. A missão do Rede+ neste aspecto é auxiliar as famílias no processo de atualização online dos dados cadastrais, além de apoiar a retirada de documentos necessários.
O processo é realizado por instrutores capacitados e esses esforços garantem maior inclusão social e acesso a políticas públicas que podem transformar a realidade das famílias atendidas.
Essas iniciativas exemplificam como o IPM é mais do que uma métrica: ele é uma ferramenta de transformação, permitindo que programas como o Rede+ promovam impacto duradouro na vida das famílias do Marajó. Ao abordar questões críticas como a educação e a inclusão social, o programa fortalece não apenas os indivíduos, mas toda a comunidade.
Com o uso do IPM, o Rede+ consegue identificar lacunas específicas e direcionar ações de forma estratégica e eficaz. A cada quatro meses, uma equipe do Instituto Mondó visita as 350 famílias para monitorar os indicadores e ajustar as intervenções conforme o progresso de cada núcleo familiar.
Esse acompanhamento contínuo permite avaliar a eficácia das estratégias e garantir que as metas de redução da pobreza sejam alcançadas.
Cada família recebeu uma caderneta personalizada, usada para registrar e acompanhar seu progresso em áreas como educação, saúde e renda. Esses registros auxiliam o Instituto Mondó a planejar intervenções mais eficazes e a avaliar o impacto das ações realizadas.
As ações do Rede+ também incluem ações de promoção de vínculo com a escola, acompanhamento médico, oficinas de Educação Financeira, empreendedorismo, implantação de hortas escolares, instalação de filtros nas escolas e monitoramento da qualidade da água, cursos profissionalizantes e abertura de novas turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA), tudo com apoio da comunidade escolar.
As 350 famílias atendidas foram selecionadas com base em critérios de vulnerabilidade, como renda, chefia feminina e presença de pessoas com deficiência. Esse processo permitiu identificar as famílias mais vulneráveis e direcionar os recursos do programa para maximizar o impacto nas condições de vida.
O IPM, assim, torna-se uma ferramenta central para medir o progresso das famílias, proporcionando uma visão detalhada dos impactos nas várias dimensões que compõem a pobreza multidimensional.
Com o Rede+ inserido no programa de combate à pobreza extrema da Vale, o objetivo é garantir condições de vida mais dignas e criar oportunidades para o desenvolvimento sustentável dessas comunidades.
Além disso, a parceria proporciona ao Instituto Mondó o desenvolvimento de expertise na aplicação de ferramentas padronizadas de monitoramento, na gestão de programas sociais em contextos de alta vulnerabilidade e na execução de projetos replicáveis em outras regiões necessitadas.
Equipe visita as 350 famílias a cada quatro meses, a fim de realizar o monitoramento dos indicadores e ajustar as intervenções, conforme o progresso de cada núcleo familiar | Foto: Instituto Mondó/Arquivo
Entre os principais resultados esperados, tanto a Vale quanto o Instituto Mondó projetam uma melhoria significativa na qualidade de vida das famílias atendidas, alcançando níveis mais baixos de pobreza multidimensional.
Uma avaliação preliminar do Rede+ já aponta para resultados positivos, com evidências de progresso nas condições de vida das famílias acompanhadas. A utilização sistemática do IPM tem permitido ajustes pontuais e rápidos nas intervenções, fortalecendo a efetividade das ações implementadas.
Com o avanço do programa, espera-se que os resultados finais apontem para uma redução expressiva da pobreza multidimensional, proporcionando um impacto duradouro na vida das famílias do Marajó.
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